A sexualidade faz parte da intimidade. Esse é o principal ponto de defesa daqueles que optam por não sair do armário.
Em teoria, não preciso anunciar que gosto de alguém do mesmo sexo ou que sou bissexual, transexual ou qualquer identificação já criada para nos definir.
A frase comumente usada para defender essa teoria é: “Ninguém precisa fazer um discurso para contar que é heterossexual”.
Poderia fazer todo sentido pensarmos dessa maneira se muitos de nós não estivessem “protegidos” por uma bolha.
Sei que hoje posso dizer que sou uma mulher que gosta de mulher, pois minha família não me repreenderá. Moro em São Paulo que, apesar da violência ainda existente contra os LGBTs, abriga alguns dos principais redutos de diversidade do país.
Não moro em uma cidade do interior afastada, em que o acesso a esse tema ainda é escasso. Recebo muitas mensagens de pessoas de cidadezinhas pequenas desesperadas por julgarem que “ninguém” da região gosta de pessoas do mesmo sexo. Elas se sentem totalmente isoladas.
No meu trabalho, todos respeitam e aceitam. Na minha roda de amigos, os debates sobre o tema são ricos e construtivos.
Vivo em uma bolha. Como muitos outros gays, lésbicas e bissexuais. Posso falar abertamente sobre minha sexualidade na maioria dos espaços de convívio.
E quando não posso? Nos momentos em que preciso pisar fora da bolha e andar de mãos dadas nas ruas. Ou arriscar um beijo em um bar que não seja reduto LGBT.
Fora da bolha não há liberdade de poder ser quem eu sou. E esse é o principal motivo pelo qual preciso sair do armário todos os dias: para que essa bolha se amplifique até explodir e inexistir.
Eu, você, nós precisamos sair do armário por eles. Por eles que ainda estão distantes da bolha e que não podem ter a liberdade de ser quem são nem dentro de casa. Porque a representatividade, por mais que exista, ainda não é suficiente para alcançar todos os espacos . Porque muita gente ainda acha que somos “minoria” no sentido quantitativo e não no conceito de “exclusão social”.
Se você está na bolha, sair do armário não é simplesmente um ato de coragem. É revolucionário e pode literalmente salvar vidas – muitos LGBTs ainda se suicidam por falta de aceitação.
E é importante que fique claro: sair do armário não é necessariamente criar um rótulo para si. Sou gay, lésbica, bissexual, pansexual. É dizer que você pode se relacionar com qualquer pessoa, seja ela qual for.
Um ato de libertação coletivo. Poderosíssimo.
Não é fácil falar para outra pessoa que gosta de alguém do mesmo sexo, principalmente pelo medo da rejeição. Acredito que se todos pudessem sair dessa bolha, sem precisar se esconder do que você é, realmente as coisas seriam bem melhor, e as pessoas podiam aceitar, assim, acabariam estas barreiras, que a sociedade tanto tenta nos separar, criando um muro, e para que estes muros caiam é preciso que nós mesmo precisamo ter uma atitude, do que realmente queremos, apesar dos medos, que não são poucos, mas que devem ser superados.
Falar sobre sexualidade, na verdade as pessoas fingem que falam, pois resolvi falar com minha ginecologista que estava sentindo atração por mulheres .Ela me disse que muitas mulheres estavam vindo ao consultório com está queixa e que estas mulheres estariam confusas. Sugeriu que eu deveria descobrir um homem que me atraísse muito e que partisse para uma boa transa , assim eu melhoraria…. daí me pergunto como vou assumir minha sexualidade se as pessoas que deveriam libertar são as que estão segurando a chave da porta ?
As pessoas toleram demais o preconceito, agem como se ele não existisse na sociedade. A sociedade hétero , o mundo hétero as pessoas parecem ter necessidade de mostrar que o convencional é imutável , e olha quem discute esse assunto Laurenn ? Veja quantos sites sérios sobre o tema existem ? De fato temos que admitir que a caminhada é lenta.
Laurenn, percebi que profissionais que se “definem” tratar da saúde da mulher (mulher “gineco”) e homem (urologista homem) eles “vivem” o dilema sexual! Minha tese: como se “definirem” hetero, avaliando tais “áreas” de alguém com o mesmo sexo! Com a frieza do urologista em examinar minha prostata até dizendo “questão de segundos”, fui ao Andrologista e ele disse se não gostasse de examinar a região sexual dos homens (e ser bissexual resolvido) não teria ido para essa área criada há pouco, com a possibilidade dos homens terem avaliados o pênis e testículos, além do exame da próstata. Final do Exame ele disse sem saber eu tinha sido avaliado no “tormento” de muitos homens: ejaculação precoce e disfunção erétil, onde muitos pacientes concluíram: descer do armário é o “remédio” eficaz!
Sou bi, pan… Nem sei e a mim não interessa a classificação. Sou casado, filhos, 51 anos, mas sempre gostei do toque masculino em meu corpo. Acho uma delícia. Já estive com transexuais, me montei… Experimentei muito no sexo. Há anos, sentia vergonha de meus próprios sentimentos. Hoje os aproveito com a explosão de minha sexualidade. Todavia, sair do armário só traria dano a mim, especialmente a minha família. Não me importa viver assim. Simplesmente tiro o melhor da situação, com bom humor até. Vou continuar sendo o homem dentro de casa e o homem fora (quando e quase sempre como passivo). Rótulos são bobagem. Sigo meus instintos com aceitação própria e só.
No meu caso, ainda mais depois de ter passado dos quarenta, assumir-me como bissexual, faria com que meu mundo desabasse contudo! Esse lance de se assumir, em meu ponto de vista é claro, serve só para matar a curiosidade alheia e incentivar grupos políticos que muitas vezes sequer cogitamos fazer parte, principalmente pelo preconceito interno que há nos mesmos, como as várias denominações LGBT’s que existem! No meu caso, seria o verdadeiro inferno na terra!!!
Eduardo concordo com você (Esse lance de se assumir, em meu ponto de vista é claro, serve só para matar a curiosidade alheia). Sei que em cidades como São Paulo e demais capitais é bem mais fácil sair da bolha, por questões de cultura mesmo, mas mesmo assim é preciso tanta coragem! Admiro pessoas como a que escreve nesse blog, pra mim é muito difícil tocar nesse assunto e penso nas tantas pessoas que vivem assim como eu, com medo… Sonho com um mundo a qual esse sentimento não exista, não por questões sexuais.. Ser o que somos não é uma escolha, é algo bem mais forte, que não tem como descrever
Concordo plenamente com Eduardo e Michelle. Realmente temos que dizer o que somos? E difícil explicar um sentimento apenas vivê-lo com amor e respeito.
Sinto que me assumir só vai servir pra satisfazer a curiosidade dos outros, acho que quando pintar aquela pessoa que te faça querer estar com ela o tempo todo naturalmente as coisas vão acontecer e as pessoas de fora do nucleo familiar vão acabar sabendo.E complicado, filhos adultos, familia cheia de gente preconceituosa que preferem te ver só e triste que te ver feliz.
A parte da família é a pior. Não sei se acontece com você, mas quando rola aqueles comentários preconceituosos, mesmo ninguém sabendo, dói. Parece que só te amam se você atender a expectativa de todos. Se assumir, para qq pessoa é muito difícil, imagina pra quem é casada.
Eu sou a pessoa que mais milita no facebook em pro da aceitação e da “saida“do armario. Mas eu mesma nunca sai pra minha família. É complicado. Eu fico dando força pros meus amigos a se assumirem e terem orgulho de quem são… e eu tenho orgulho, mas ainda não me assumi. Pq meus relacionamentos com pessoas do mesmo sexo foram só virtuais, então acho que poderia ser meio ridiculo. Apesar disso, tenho convicção de que gosto de mulheres e homens.
Sei que minha familia aceitaria numa boa, minha mãe tb, mas simplesmente não consigo falar.
Penso nas outras pessoas, mães de amigas minhas, o que elas iriam achar de mim… isso ainda me deixa meio reprimida.
Por isso sempre digo, se aceitar é vencer a maior barreira de todas. Pq é a parte mais difícil. Nós somos duros com nós mesmo como ninguém.
Eu ainda não consegui sair do armario,mas agora eu sei quem eu sou,não consigo mais me esconder de mim mesma. Me descobri apaixonada por minha melhor amiga, e as vezes eu sinto que ela também, já temos 39 anos estamos solteiras,mas mesmo assim não consigo me declarar.E só p/ constar ela é hétero, eu também até agora, mas eu sei que o que eu sinto por ela, não senti por mais ninguém. E o pior disso tudo é que a unica pessoa que eu sempre me abria ,agora é a que eu não posso, pelo menos até quando tiver uma brecha p/ eu poder falar do meu amor.
Comecei a ler os relatos do blog e me encontrei, estou conseguindo me entender. E é bom saber que não estou sozinha. Bjs!!!
Olá me envie um email [email protected]
Oi Fernanda e Lika, se quiserem conversar: [email protected]
Não tenho e não teria coragem de fazer essas coisas perante a família e ao meio social onde vivo.Acho que somente teria autoconfiança para viver minha orientação sexual à pleno, fora da onde nasci, pq passaria a ter mais liberdade para ser o que você é e ser feliz para viver o amor da sua vida.
Eu tenho 13 anos, e sou bi. Não sei como assumir isso pro mundo, pois acho que sou muito nova pra isso. Sempre que vejo minhas colegas dançando aqueles funks sinto uma atração forte. Ninguém sabe disso só quem ler esse comentário. Tenho medo de me assumir e perder todas as minhas amizades que já foi difícil de conseguí-las. Me ajudem, por favor…
É complicadíssimo… Eu sou homem, e moro em república, divido quarto com outro cara. Fico pensando: como posso cogitar numa possibilidade dessas? As pessoas do trabalho, da casa onde moro… Primeiro que os colegas de quarto vão ficar achando toda hora que vc quer pegar eles, de cara teria que arrumar um lugar que tivesse mais gays e tal. Mas ao mesmo tempo, esse ambiente não é nada minha cara… O que eu teria que fazer? Não estou perguntando, apenas desabafando mesmo…
A maioria dos comentários é mesmo, por que é isso. Passamos pela mesma coisa. Chegar na fase adulta e gostar de alguém do mesmo gênero, ou até a mesma situação mas na escola. Regeição, bolha, medo, auto-proteção. Todos sentimos e passamos pelo mesmo em diferentes intencidades.
O artigo não tira essa questão, ela coloca a questão em questão. Mas dentro de cada a profundidade é pior.
É pesado. Terrivel. Ridicula. Estruturada.
Não é você o problema então, por quê não mostrar os errados? Os errados sãp apoiados como certos. Esteriotipos e repressão. O que era para ser natural, empatico e caracterísco como ser afro, europeu ou assiático acaba sendo difundido em ódio.
A sexualidade é sua, mas a pessoa proxima de você também pode ter ela. Hoje está mais “facil” de se assumir por que quando era impossivel alguém abriu a boca. Como Oscar Wild e tantos outros. Ela não está falando de todos, está falando dentros do limite do possivel para que possamos move-las para mais longe, para o acessivel, possivel, mais um e comum.
Por tanto. Aconselha que, não só para ajudar a si mesmo como também ao outro que se encontra na ponta do precipcio, possa ouvir que “está tudo bem”, “acontece”, “talvez, esteja OK”.
Esconder pode ser mais fácil quando se trata so de sexo..mas quando existe um sentimento por alguém fora do padrão da sociedade..e difícil esconder!o coração pede por uma relação como todas as outras
Um professor da Faculdade, chegou a me perguntar de forma Indireta se eu cursaria Direito, depois de Administração, comentando que ele era formado nos dois cursos (depois soube que ele era advogado, somente)! Lecionou até o penúltimo período que cursei, como que crédulo que eu poderia pedir transferência do Curso (a época bastaria eu cursar mais dois anos de Direito, para ser Bacharel: daria de aproveitar muitas cadeiras, na transferência de curso)! Insistiu em ser heteronormativo, deixando de viver um grande Amor em tempo integral já que se houvesse conversado comigo, depois de relação professor/aluno, poderíamos ter trabalhado juntos, iria cursar Direito e numa época quase coincidente com PDV que eu poderia ter aderido! Incrível mas há renúncia de viver um Grande Amor!
Tenho muito medo de sair do armario .Sou bi gosto muito de mulheres; mas tenho medo de me assumir , Eu lutei contra essa atração, esse desejo há muitos anos mas faz pouco tempo que assumi para mim que gosto de mulher e isso não vai passar ,é minha verdadeira orientação sexual ,a bissexualidade.
Oi Lili! Então, acho que você já deu o passo mais importante: aceitar sua sexualidade como ela é. Você mesma disse que essa aceitação é muito recente, é claro que você ainda não está pronta, confortável pra sair do armário. Esse segundo passo será um processo também, tenha calma, paciência, não se precione ou tente apressar isso. Principalmente assumir para os de fora não deve ter tanta relevância. Só pra quem realmente importa, e esses você saberá identificar quem são.
Bem vinda ao time Lili, é um processo.
Obrigada ,Mariana