28 de março de 2024

20 thoughts on “Tentei deixar de ser lésbica por quase 40 anos

  1. Devemos pensar que nunca e tarde para amar tenho 45 anos e estou completamente apaixonada. Não sei se será com ela que darei meu primeiro beijo, mas estou muito feliz de ter conseguido me aceitar como sou realmente e muito libertador, agora o que virá a frente será um desejo realizado.

  2. Querid@s leitor@s, Amand@,

    Esta é uma história comovente e parecida com a minha principalmente no aspecto da não aceitação e dos traumas sobre sexo. Também passei os melhores anos da minha vida relutando contra a minha homossexualidade. Hoje aceito, mas ainda entro em parafuso às vezes. Sei que não é uma coisa a ser curada. Não há como fugir da própria natureza. Tenho 40 anos e posso dizer que só agora encontro coragem para ter um relacionamento homossexual sem paranoias. Mas já dizia o velho ditado “a vida começa aos 40”, então estamos começando bem! Que a sociedade em geral nos desculpe, mas precisamos viver e ser feliz! Avante!!!

    Abraços a tod@s

    1. Verdade Sarah. O importante é que você já amadureceu os sentimentos internamente e agora está mais preparada para enfrentar as adversidades.
      Se quiser, fique à vontade para contar um pouco da sua história. Quer falar um pouco sobre os seus traumas?

      Abraços e até mais!

    2. Sarah,

      É por ai, viver e ser feliz. Acho que a historia acima sintetiza o que a maioria de nós que frequentamos esse blog sofremos ao longo da vida.
      No meu caso, como ja contei e já discuti em outras postagens, estou recomeçando mais tarde um pouco, mas livre. Sempre soube o que eu era, só sublimei e passei a levar uma vida hetero (nao que nao sinta nada por homens, mas nem se compara com o que sinto por mulheres). Como muitas aqui casei, tive filho, separei. Agora resolvi entrar com a cara e a coragem no processo de mudança. As coisas estão caminhando.
      Desejo sucesso pra nós todos aqui. Vamos com fé e com coragem. Não estamos fazendo nada de errado e temos o direito de amar como qualquer um.
      Abraços

  3. Amanda, querida,
    Cada vez que leio seus post e os comentarios que surgem, mais reflito sobre tudo isso, principalmente sobre como a maldade, a violencia fisica e sexual, a falta de respeito ao próximo, a falta de afeto de familia e amigos, a intolerancia social e religiosa, deixam marcas profundas e literalmente castram os desejos, a identidade, de muitos de nós. Lamento que muitos tenham passado por coisas que nem consigo imaginar. Para eles só posso almejar que tenham forças para encontrar a sí próprios no fundo de todo esse lodo imposto pela sociedade, e façam emergir o verdadeiro eu. Digo e repito: não há nada de errado com nenhum de nós. Amar alguem do mesmo sexo NÃO é errado (somos seres com psiquê, galera, e isso vai além do corpo físico mulher/homem). NÃO TEMOS QUE SOFRER.
    Coragem, pessoal.
    Abraços a todos.
    P.S. E nao existe cura gay, ok? História para boi dormir.

    1. Nanda, os seus comentários sempre agregam muito, obrigada por isso! 🙂
      Tem muito sofrimento mesmo, uma carga emocional pesada em uma sociedae que ainda impõe a heterossexualidade. É difícil acreditar que as pessoas realmente julguem que todo mundo é heterossexual e alguns têm alguns “desvios”.

      Sobre a cura gay, essa é só mais uma maneira de gerar sofrimento para os homossexuais e para a família. Em algum momento, a pessoa perceberá o quanto essas tentativas frustradas lhe fizeram mal.

      Nos Estados Unidos, um homem que gerenciou um centro de cura gay por anos, admitiu que estava tentando curar a si mesmo e não conseguiu. Pediu desculpas publicamente a toda a comunidade LGBT.

      Infelizmente, muitos dos que estão envolvidos na “cura”, são aqueles que precisam ser “curados”, mas de outra forma. Admitindo para si mesmos que gostam de pessoas do mesmo sexo e nada pode mudar isso.

      Grande abraço, Nanda! 🙂

  4. Amandinha,

    Sempre um prazer comentar por aqui. Devo ao blog a guinada que a minha vida experimenta no momento. Fiz amigos aqui. E me compadeço de muitos relatos, de homens e mulheres, que são carregados de medo e sofrimento. Nada mais justo do que eu partilhar crenças, experiencias e palavras de incentivo, de compreensão, com outros na mesma situaçao.

    Abração carioca!

  5. Amanda querida, que texto intenso! Triste mas ao mesmo tempo, de uma certa superação e esperança.
    Me identifiquei com duas palavras desse texto: síndrome do pânico e depressão. A primeira, superei quando me dei conta de que tinha também sentimentos homoeróticos. Quando “sai do armário para mim mesmo”, vamos dizer assim, levado a isso com o terapeuta com quem me tratava na época, a síndrome do pânico foi arrancada de forma violenta, de dentro de mim. E ai, começou minha luta contra os desejos homoeróticos que eu sentia e, acho que por estarem tanto tempo aprisionados, vieram à tona com uma força avassaladora. Assim como a personagem do texto, tentei lutar de todas as formas contra esse desejo, mas o resultado era outro, pois quanto mais lutava contra, mais forte ele ficava. Felizmente hoje em dia me aceito melhor, mas ainda continuo a me tratar da depressão e a tentar me conhecer cada vez mais. O que a moça do texto falou no final é a mais pura realidade: ” Perder a guerra me possibilitou conquistar a tão sonhada liberdade”. Pois na maioria das vezes, somos prisioneiros de nós mesm@s, por internalizarmos preconceitos, imposições religiosas, comportamentos castradores muitas vezes com origens medievais, e por ai vai. Isso tudo vai nos adoecendo não só fisicamente, mas também em nosso íntimo. Passamos a construir a nós mesm@s como pessoas amargas, cheias de angústias…, nos tornando um peso até mesmo para àquel@s que nos rodeiam. Concordo plenamente também, como o que disse a amiga Nanda em seu comentário: “Amar alguem do mesmo sexo NÃO é errado (somos seres com psiquê, galera, e isso vai além do corpo físico mulher/homem). NÃO TEMOS QUE SOFRER.”.
    E para finalizar, deixo um pensamento:
    “Se é hétero, durma com um homem (ou mulher, se for mulher), pelo menos uma vez na vida, e se é gay (ou lésbica), não passe pela vida sem dormir com uma mulher (ou homem, se for mulher). Em qualquer dos casos, pode surpreender-se com o quão natural vai se sentir, se puser de lado todos os estereótipos. No final das contas, trata-se apenas de uma pessoa com quem está se relacionando de forma física”. TOM FORD.
    Acho que é mais ou menos isso pessoal.

    Beijos nos corações de tod@s!!!

    1. Oi, Eduardo, obrigada por compartilhar tudo isso.
      Deve ter sido difícil mesmo tentar lugar contra. Sempre que posto histórias assim, me bate uma tristeza, mas também uma ponta de esperança. Muitas pessoas estão começando a conseguir se livrar dos traumas e medos.

      Sobre a frase do Tom Ford, achei interessante. Mas acredito que isso só deva acontecer se realmente surgir vontade. Acho que o ponto principal é: estarmos sempre abertos a novas experiências, desde que elas não nos causem sofrimento ou machuquem o outro. O que quero dizer com isso? Já recebi muitos relatos de mulheres que queriam se relacionar com mulher apenas para agradar o marido. Elas não desejavam genuinamente essa experiência. Elas poderiam até se surpreender com a experiência, mas também correm o risco de se machucarem.

      Vale quando a pessoa realmente tem o desejo de realizar algo, caso contrário, por que fazer? Devemos respeitar os nossos verdadeiros desejos. E sempre lembrar – é claro – se não estamos tentando nos enganar. Muitas vezes a pessoa diz que não quer apenas por “achar” que é errado ou por não querer fugir do padrão heteronormativo.

      Ótima discussão, Eduardo!
      Beijos!

  6. Que triste história e ao mesmo tempo inspiradora, no sentido em que mostra mais uma vez que ser homossexual não é uma escolha e pode ser inato pra qualquer pessoa independentemente do meio social e familiar, da raça, da cultura, e até mesmo da personalidade de cada um; porque nem todos aceitam logo de primeira esse sentimento, e muitos até o negam até o fim; pelo simples facto de querer ser aceite pela sociedade, de se enquadrar nos padroes da tao querida “normalidade”…Vejo que no caso dela e de muitas outras da mesma geração ou época, chega a ser bem mais difícil porque antigamente a informação não estava tão bem difundida como está agora…agora até em novelas ou filmes falar sobre isso é natural, já não é uma doença, embora ainda existam tabus e pessoas lutando contra…eu tenho 24 anos de idade e imagino como devia ter sido dificil pra ela naquela altura na minha idade, ou seja, ha 18 anos atras…Mas enfim, espero que ela consiga superar o sofrimento que passou, a falta de apoio, e que agora se permita e liberte este sentimento maravilhoso que é amar uma mulher, que acima de tudo independentemente do género ou idade é um ser humano e merece ser amada e amar quem lhe fizer feliz! Desejo Toda força para ela

    1. Noooossa… Realmente, Eduardo, eu assisti e ela afirma isso: que bissexualidade é uma fase de indecisão e que envolve muito sofrimento. Ignora a bissexualidade como uma orientação sexual definida. E ela trabalha com isso! Aliás, ela fala muita besteira nesse vídeo… o preconceito que ela tenta não ter dá para ser percebido nas entrelinhas.
      Como na hora que uma mãe pergunta se o filho que tem amigos gays pode ser influenciado a ser gay. Ela responde que se ele tem uma sexualidade definida, não há motivo para afastá-lo dos amigos (!!!). Então se ele não estivesse definido, deveria se afastar para “evitar” a homossexualidade??? Affff…
      Ou no momento que outra mãe pergunta se o gosto da filha de 5 anos por brinquedos considerados masculinos pode ser um sinal de homossexualidade, e a psicóloga dá a entender que esse tipo de brincadeira não corresponde necessariamente à orientação homossexual, então “não é preocupante”…
      Para completar, ainda se refere à orientação como “escolha” no final.
      Essa criatura, na maior boa vontade, termina fazendo um desfavor à comunidade lgbt e à sua categoria profissional!
      Que absurdo… mas fica a lição: não confie em tudo que psicólogos (médicos, enfermeiros, etc) dizem. E mais: alguém pode usar uma fala desse tipo para justificar e legitimar o preconceito.
      Abraços…

  7. Nossa que historia,e como se tivesse vendo um pouco de mim,eu tenho 31 anos me assumi bisexual a pouco tempo,mais sempre soube que eu era diferente,eu nunca quis aceitar isso,meu primeiro beijo foi com uma garota ela tinha 17 anos,e eu gostei, com garoto o beijo foi com 14 e confesso que nao foi tao intenso como o da garota,no começo foi dificil eu aceitar que tambem sentia atraçao por mulheres,percebi logo a primeira paixonite que tive isso foi aos 24 anos ,depois tinha repulsa por mim mesma e medo do que outros iam pensar e a minha familia que vem de uma tradicional familia japonesa,entao e bem complicado,hoje depois da segunda vez que falei para meus pais sobre minha sexualidade minha mãe falou que o problema nao era eles aceitar mais sim o que os outros iam pensar e eu ia sofrer muito,eu so falei para minha mae que tendo o apoio principal deles e dos meus irmãos eu venceria tudo isso,graças a Deus meus irmaos me apoiam nao me julgam,mas meus pais infelizmente eles pensam que e uma fase que tudo vai passar,desde entao eu nao toquei mais no assunto faz so 5 meses que realmente falei pra eles,no momento eu estou bem vivendo pra mim,pensando mais em mim,nao estou em busca de um amor,mais se aparecer quem sabe.um grande abraço.a vocês.

  8. Não posso falar por mim pois minha sexualidade esteve bem clara desde a adolescencia e se não recebi apoio familiar, tambem não fui reprimida e expor meus sentimentos sempre foi algo mais ou menos natural dentro de minha familia, mas sei da história de minha mulher (tenho 23 e ela 48) e sei das batalhas que ela enfrentou para assumir, principalmente depois de ter sido casada com hetero e ter uma filha.
    Minha amada chegou a perder a guarda da filha e sómente aos 35 anos pode assumir completamente seus desejos e pensamentos.
    Vivemos em uma casa harmoniosa e o entendimento é de pessoas que antes de qualquer coisa se respeitam e se admiram e posso sentir no brilho dos olhos de cada uma de nós que estamos vivendo nossas verdades e plenas de bons sentimentos.
    A filha de meu amor tem 25 anos e sei que desde os 15 anos tambem vive sua sexualidade lésbica, com o diferencial de ter sido compreendida e amada como todos deveriamos ser, pois afinal o que fazemos dentro de 4 paredes diz respeito sómente a nós e a quem estamos envolvidas. Isso é respeito.Isso é dignidade. Isso é que é o natural da vida .Um dia chegaremos lá!

  9. Fogo!!!! Que história!!!! Identifiquei-me muito. Não há nada pior quando você não “pode” ser você mesmo, reprimindo o que você sente, o que você é de fato.

  10. Gente,adoro esse blog!E bom ter e ver pessoas dividindo seus momentos e trajetórias conosco!É bom saber que agora temos apoio de pessoas iguais a nós!Eu nunca pensei a homossexualidade como uma doença e como tal não precisa de cura,acredito sim no amor,e por que não no amor entre pessoas do mesmo sexo?Sei que é difícil a gente se aceitar e nos entendermos como lésbicas,bissexuais! Mas depois de alguns conflitos percebo que o que vale é sermos felizes,sem atrapalhar ou prejudicar ninguém,apenas vivermos com quem amamos,seja esta pessoa homem ou mulher!

  11. Me vi nesse depoimento. Tenho 45 anos e também nunca namorei sério. Sempre tive mais atração por mulheres que homens, e somente agora estou me libertando e espero em breve achar um amor feminino que me complete. Estou vivendo um começo, mas como moramos em cidades diferentes e ela ser lésbica assumida estamos encontrando um pouco de dificuldade, mas estou realmente envolvida por ela. Torço para que você também encontre a felicidade, pois ela é base da nossa vida.

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