É menina. É menino. Ao nascer já nos é atribuído um gênero, como evidencia a filósofa Judith Butler. Devemos na sequência vestir esse gênero de rosa ou azul. Presenteá-lo com bonecas ou videogames. Negar qualquer adereço que fuja ao padrão imposto.
Não nos damos conta de que o feminino e o masculino são muito mais complementares que opostos. Enquanto tidos como oposição, nos é forçado, inclusive, a “pensar diferente”. Homem pensa assim, mulher tem outro tipo de raciocínio.
Meus amigos sempre me atribuíram um “cérebro masculino”. “Amanda, você pensa como homem”. E eu respondia: “O que é exatamente pensar como homem?”. Segundo prega o nosso “querido” senso comum, apenas homens podem ser práticos, objetivos, lógicos, analíticos e vidrados em jogos. Enquanto as mulheres precisam ser sempre sensíveis, românticas, intensas, vaidosas e “hábeis” em falar muito. A verdade é que sempre fui um misto de tudo isso. E não temos como atribuir o que é masculino e feminino a não ser pelo que nos foi “ensinado”.
Somos todos, na verdade, um “mosaico cerebral”, como bem explica esse estudo, publicado em novembro de 2015. Segundo o levantamento, feito com 1400 “cabeças”, não existe cérebro masculino e feminino.
Como resume a reportagem do El País, não há provas de que o cérebro de uma mulher ou de um homem sejam diferentes pelo simples fato de seu sexo distinto. O hermafroditismo cerebral é o mais comum – e os cérebros 100% masculinos e femininos seriam exceção. Diante disso, temos outra questão. Como os cientistas poderiam definir o que é um cérebro 100% masculino ou feminino se a norma é um mosaico e homens e mulheres são iguais e ao mesmo tempo diferentes? Ou seja, um homem pode ter o cérebro mais similar que outra mulher e totalmente diferente de outro homem. Logo, como definir o que é masculino e o que é feminino?
O órgão sexual é o que rege?
O estudo cita a questão da genitália como diferenciação de um sexo do outro. Mas poderíamos mesmo dizer isso? Na República Dominicana, por exemplo, uma comunidade convive com um fator genético curioso – e comum entre os seus habitantes. Os garotos só desenvolvem pênis aos 12 anos de idade. Antes disso, são “considerados meninas”.
Não podemos também esquecer dos intersexo [conhecidos popularmente como hermafroditas]. Não se enquadram nem no masculino, nem no feminino. São muitas vezes obrigados pela família – apoiada pela equipe médica – a encenarem “um dos gêneros’.
Devemos refletir, portanto, sobre como somos encarcerados a todo o momento em padrões e normas que apenas nos aprisionam. Se você é branco, heterossexual e “homem” é apenas diferente – não uma regra. Somente para uma sociedade que ainda finge acreditar nisso.
Esse texto me lembra uma amiga da qual lecionava no martenal… e ela tinha que ensinar aos seu alunos a definição do que é “Grande” ou ” Pequeno”… e só de fato conseguia transmitir o conhecimento, se a cada palavra ensinada fosse associada a uma ideia ou exemplo. Talvez essa necessidade de dar sentido algumas palavras é que acabam sobrepondo o sentido delas, o mesmo acontece da definição religiosa do homem e mulher ( Adão e Eva)… O cérebro funciona igual para ambos os sexos, porém os seus questionamentos, suas condutas, seu discernimentos definem um gênero. (ou não) a exemplos dos homens que gostam de se vestir de mulher mas que continuam sentindo atração por mulheres… Cabe um auto-julgamento a fim de sempre refletir sobre nossas vontades para alem de qualquer padrão já definido. Se é pra nomear que surjam novos gêneros então. Adorei o texto e o referencial.
Alice, verdade! Talvez pela dificuldade em entender a complexidade humana ainda seja difícil fugir das “associações”, como você bem comentou. Isso porque a cultura, a religião e a própria ciência talvez não tivessem repertório suficiente para tal aprofundamento. Atualmente temos mais dados, estudos, transexuais assumidos, intersexuais participando de pesquisas etc. Se mais pessoas se abrirem para mostrar quem realmente são, teremos mais respaldo para afirmar que as “caixinhas definidoras” não se sustentam como norma. Fico feliz que tenha gostado do texto e do referencial, Alice! 🙂 Obrigada pelo comentário e grande abraço!
“como definir o que é masculino e o que é feminino?” pergunte ao Pepeu Gomes, hahahaha! Sorry eu só queria brincar um pouco 😛
Ah, e pra quem não entendeu a moral do meu coment taí o link com a resposta: https://www.youtube.com/watch?v=mcjvDOljE30 bjks
A melhor definição que já vi foi em um seriado de TV mostrando algumas mulheres riquíssimas e sabendo que uma delas iria dar à luz um bebê organizaram um chá de bebê com tudo bem feminino (muito rosa, muito azul clarinho e presentes para uma menininha que iria nascer). Aí quando a rica que iria dar à luz apareceu no chá de bebê ela falou que os médicos haviam se enganado nos primeiros exames e que na verdade iria ser um menino. As amigas, então, falaram: que bom, que ótimo, também. Quando não se sabe se o bebê tem um pênis está tudo bem. Quando se sabe que tem um pênis, está tudo bem também. O problema é que depois que de alguns anos a menina ou o menino começa a ter problemas com o seu sexo de nascimento os pais ficam confusos, malucos, doidos porque já tinham aceitado o fato de que era menina ou menino. Ou seja, depois de alguns anos não se pode, para a maioria dos pais, amigos e conhecidos ser outra pessoa que não seja aquela que nasceu ou não com um pênis. Antes de nascer, tudo bem; depois que nasce, não. Minha mente é feminina mesmo tendo nascido com um pênis. Fiquei 45 anos copiando o que os meninos e homens faziam para que ninguém descobrisse que eu era mulher (que me via como mulher, mesmo tendo um corpo muito musculoso). Então, fiz a cirurgia de mudança de sexo, seios, nariz, voz e trabalhei no Senado Federal vestida de mulher. O problema é que não tenho aquela visão do tipo feminino limitado que sonha com bolsas, sapatos, blusinhas. Sou mais racional porque tive de conviver com homens durante 45 anos. Gosto de bolsa mas só tenho 2 (duas). Não fico olhando vitrines o tempo todo pois eu sei que já tenho muita coisa e que não uso nem 10% do que comprei. Tenho uma conversa que posso falar a respeito de tudo de mecânica de carro, física quântica, matemática (desde menino, menina, sempre fui a número 1 em matemática). Posso falar também que diferente das mulheres eu não tenho invejas ou ciúmes que as mulheres normalmente tem. As mulheres, diferentemente dos homens, não tem, realmente, amizade imensa, grande, com as outras mulheres (estão sempre competindo entre elas). Eu considero as mulheres perigosas porque elogiam o que não deveria ser elogiado, dão “receitas” de coisas que sabem que não irá funcionar para suas amigas. Fazem a “caveira” uma das outras. O Universo Feminino é perigoso porque ficam examinando se fosse está com o bumbum legal ou não; se está com o cabelo bonito ou não; se o sapato está combinando com a blusa… e ainda falam de você para as outras em forma de crítica e julgamento. Eu não sou assim porque não nasci mulher fisicamente e não convivi com elas anos e anos e anos. Então faço um apanhado do que sinto como mulher e como os homens veem aquilo que as mulheres fazem (nas compras, nas críticas…) e me comporto, me seguro e jamais critiquei qualquer mulher ou homem (os homens não ficam achando ou falando que fulano está sempre mal vestido e que o cabelo está ruim ou que o corpo do outro homem não está bom). Enfim, ser mulher é dureza.
Desde pequeno eu tive problemas pra me encaixar no que eles entendem como masculino, e por várias vezes pensei que eu era transsexual mas aí comecei a ter um contato maior com as pessoas e perceber que não existe uma resposta definitiva pra “o que é ser homem?” a masculinidade se manifesta de várias formas (a feminilidade também) e quanto mais você tenta se encaixar em uma caixinha mais infeliz se é, existem mulheres de todos os tipos estilos e formas e homens também estão conquistando isso essa liberdade de se vestir e ser como quiser, e ser um homem sensível não me faz menos homem
Com certeza separar homem de mulher levando em consideração somente seus cérebros ia dar muito errado! Pode ser que biologicamente ou fisicamente eles queiram nos diferenciar somente pela genitália já que elas são anatomicamente diferentes… mas deixar de lado todo o lado psicológico, sociológico e hormonal é um grande erro… um ser humano não é só cérebro, ou só hormônios, ou só genital, ou só social… a junção de tudo faz sermos o que somos.
Embora eu não seja afeminado, nada contra e tudo a favor da pessoa ser feliz como quiser desde que não prejudique terceiros, eu nunca gostei de conversas tidas como masculinas, mas ao mesmo tempo também nunca gostei das conversas tidas como femininas.E Gabriela, os homens fazem pior qdo estão reunidos, ficam falando que a ou b é viado.Alias tudo de homem termina em viado.
Sempre quis entender as mulheres. Me masturbei pela primeira vez as 13 anos e a dor do orgasmo me fez desejar um pênis penetrando minha vagina.
Não me sinto gay, Ñ consigo gostar de homem, apesar de gostar de pênis e de sexo com travesti e mulheres, Homem s se for a 3 com casal, ou entre 4 paredes e ele for muito bonito, e me mandar mamar, ai acabo não resistindo.
Busco namorada bissexual, para algo serio, pois uma hétero não iria aceitar sexo a 3 cm mais uma mulher,homem ou travesti.
Para quem nasce homem ser bissexual vejo como uma aberração, para quem nasce mulher já vejo como um presente.
Se algum gata bissexual do Ceará, solteira ou casada e que ele se participar seja sexo só com ela ou se tiver sexo comigo eu só penetre ela, estiver interessada em me conhecer entre em contato pelo email: agameno69@ yahoo. com. Br .
Ate me interesso em travesti super femininas e apenas ativas que ENTENDER QUE SOU BISSEXUAL E NÃO GAY E QUERO TER SEXO COM ELA E MULHER, OU SEJA NAMORAR E CASAR COM UMA MULHER, TER FILHO, E QUE A TRAVESTI SEJA APENAS ATIVA, NÃO ME SINTO HOMEM COM UMA TRAVESTI OU CASAL.
ATE FIZ TRATAMENTO COM PSICOLOGO PARA ENTENDER ESSE NEGOCIO DE BISSEXUALIDADE, PREFERIRIA SER MULHER, SERIA MAIS FÁCIL ACEITAR ISSO.
AGORA ESTOU BUSCANDO UMA NAMORADA BISSEXUAL QUE ME AJUDE A CONVIVER COM ISSO SENDO DO SEXO MASCULINO.
Fábio,
Antes de mais nada, alguns esclarecimentos:
a) sexo é uma coisa, e gênero é outra coisa.
b) meu sexo é feminino, por exemplo, mas meu gênero é masculino.
Não se muda o gênero, por causa do nome gênero (gens, cromossomos).
Os cromossomos, os genes do homem são XY.
Os da mulher são XX.
É impossível trocar o cromossomo Y pelo X, no caso do homem e um dos X da mulher para Y.
Talvez daqui uns 500 anos ou mais alguém consiga esse milagre.
A pessoa transexual, por exemplo, pode até mudar o seu sexo através de cirurgia, mas jamais conseguirá mudar o gênero. Gênero esse que definiu, logo após o seu nascimento, sua ossatura, a densidade óssea, diferenças no rosto (ossos do rosto são diferentes entre homens e mulheres), no cabelo, no abdómen, nas pernas…
Oh, ser mulher é muitíssimo difícil, muitíssimo complicado e requer muita paciência e dinheiro.
Sem dinheiro a pessoa só poderá almejar ser feia.
Não existe feia rica, não é? Ela pode fazer cirurgias plásticas.
Além do que a Sociedade funciona assim, em relação ao status do ser humano:
Classe A: homem branco e rico
Classe B: homem homo branco e rico
Classe C: filho homem de homem branco
Classe D: homem branco pobre
Classe E: homossexual homem pobre
Aí o Quadro se repete de F até J colocando um homem não-branco como protagonista.
Classe K: mulheres
Classe L: filhas das mulheres
Classe M: travestis
Classe N: transexuais
Pois bem, saí (meu caso bem particular) da Classe A e caí para a Classe N.
Não me deixam falar nas reuniões do meu prédio, mesmo sendo rica, educacionalmente número 1, culturalmente número 1; pelo simples fato de ser “mulher” e ainda o síndico e outros saberem minha condição de problema.
Percebi que não é normal em outras reuniões de assembleia os homens pedirem para as mulheres falarem. Não dão muita importância ao que elas gostariam de dizer…
Ser mulher é perder a Classe. Hahaha. Gostou do trocadilho?
Não, não me arrependo de ter trocado meu sexo nem do que fiz, mas no meu caso não havia outra solução pois eu praticava automutilação e suicídios.
Mas em havendo solução sem entrar no mérito de troca de sexo por parte de outras pessoas, aconselho-as a procurar.
Não desejo a ninguém o que passei, afora os bullyings iniciais e os bullyings se pensar em usar um maiô.
Sou pró-seres-humanos.
Se algo de ruim aconteceu comigo não quero que ninguém passe pela mesma coisa, jamais.
Pode-se ser mulher sem trocar de sexo e sem ser travesti.
No meu caso, tive de fazer porque não iria sobreviver.
Mas se a sobrevivência minha não estivesse em jogo jamais faria o que fiz.
Espero tê-lo ajudado de alguma forma.
eu entendo você Fábio tudo esse é o que eu passo até hoje como um homem hoje com 50 anos mas a minha mente feminina tenho medo de me revelar mas o lado feminino me atrai muito como maquiagem roupas hoje eu vivo escondido atrás de um corpo masculino